domingo, 28 de agosto de 2011

No Ceará a luta dos professores em greve também é feita em cordel

Os professores da rede estadual do Ceará estão em greve e a luta em defesa da valorização do magistério e em defesa da educação naturalmente transborda para a luta contra o governo, que no Ceará tem à frente o psbista Cid Gomes e o apoio incondicional do PT.
Para enfrentá-lo os professores não só vem parando as aulas e tomando as ruas, mas também ocupam as letras e as linhas do Cordel.
O que publicamos a seguir chama-se "Cordel para Cid" escrito pelo professor Francinilto Almeida de Tabuleiro do Norte no Ceará.

1.
Em discursos de políticos
Há certas prioridades
Dentre as quais EDUCAÇÃO
Incluem essas “beldades”
Mas o que se vê de fato
É um grande desacato
Recheado de maldades.

2.
O Piso do Magistério
Como Lei Nacional
Surgiu em 2009
Regra Constitucional
Mas alguns governadores
“Amigos” dos professores
Buscaram o Tribunal.

3.
Entretanto o STF
Com visão mais ampliada
Disse “Não!” aos “amiguinhos”
Daquela grande empreitada
O Piso Salarial
Já é Lei Nacional
Precisa ser respeitada.

4.
Mas não é isso o que vemos
Garanto, posso afirmar.
Sou professor e me negam
Essa Lei tão exemplar
São interesses mesquinhos
Desses nossos “amiguinhos”
Que brincam de governar.

5.
Dos Estados do Nordeste
É somente o Ceará
Que desobedece o Piso
E fica no deus-dará
Pois o Sr. Cid Gomes
É um dos ilustres nomes
Que contra essa Lei está.

6.
E como se não bastasse
Andando na contramão
Ele fica com gracinhas
Sem a menor atração
Nem percebe o desmantelo
Devido à falta de zelo
Com a “pobre” Educação.

7.
Nunca se viu nesse Estado
Um jogo tão inclemente:
Dividiu-se a Escola Pública
Da forma mais indecente
Uns são privilegiados
Ricamente bem tratados
Inscrição: SOU COMPETENTE.

8.
No lado esquerdo, porém
Estão os discriminados...
Tentaram, fizeram testes...
Mas foram, sim, reprovados.
Então não podem tocar
Desse mais fino manjar
Dos “deuses” bem educados.

9.
E são dois tipos de IMPOSTOS?
Eu me ponho a perguntar.
Por que este é escolhido
Sem que aquele possa entrar?
Uns têm muitas regalias
Sentem-se reis em folias,
Outros vivem a penar.

10.
Denuncio com firmeza
Esse abuso insolente
Minha escola, lado-a-lado
De uma ESCOLA COMPETENTE
Não temos quadra, sequer
Nós somos, sim, da ralé
Inscrição: INCOMPETENTE.

11.
Será que existe algum pai
Alguma mãe tão sofrida
Que não queiram profissão
Nessa amargurada vida
Para os seus filhos amados
De novo assim massacrados
Por uma regra indevida?

12.
Isso tudo só se dá
Para efeito camuflado
Pois nosso Governador
O que quer é resultado
As escolas oprimidas
Por certo serão supridas
Pelas do “recheio” amado.

13.
Não somos contra as escolas
Que ensinam a profissão.
Estamos insatisfeitos
Com a discriminação
Os direitos são iguais
Ninguém é menos nem mais
Em termos de educação.

14.
Além dessas injustiças
Sem cumprir a Lei do Piso
O professor corre o risco
De também perder o siso
Pois nosso Governador
Aumentando a nossa dor
Acha mesmo que é preciso.

15.
“Ensina quem tem amor”
“Nem carreira existiria”
“Por que fizeram concurso?”
São frases de maestria
Que o nosso Governador
Com carinho e com amor
Solta a plena luz do dia.

16.
E Vossa Excelência diz:
“Ensina quem tem amor...”
Pois é isto o que não falta
Na vida de um professor
O que falta é dignidade
Por parte da autoridade
Isto, sim, Governador.

17.
Não sabe Vossa Excelência
A rotina que mantém
Um professor que se preza
Na carreira que convém
Somente com muito amor
Mesmo com o Governador
Sugando o pouco que tem.

18.
Esse desprezo que vemos
Com palavras tão cruéis
Mostra a sua ingratidão
Com profissionais fiéis
Pois professor é amigo
É pai, é mãe é abrigo...
São muitos os seus papéis.

19.
São eles no dia a dia
Dando exemplos de bondade
Moldando comportamentos
Encaminhando à verdade
Ensinando o bem viver
Fazendo o país crescer
Erguendo a humanidade.

20.
Vossa Excelência não sabe
A sobrecarga que tem
Uma professora-mãe
Guerreira como ninguém
Depois de longa jornada
Assiste à família amada
Disposta como convém.

21.
Quantos professores vivem
Sem dispor de um bom lazer
Pois são tantas as tarefas
Restando para fazer
Isto porque nossas leis
Não nos dão a voz e vez
Para o quadro reverter.

22
Quem é que nesse mundo
Progride sem professor?
Que mundo pode existir
Sem a profissão do amor?
Será que Vossa Excelência
Nunca sofreu influência
De um deles, Governador?

23.
Nós queremos mais respeito
Com a nossa profissão
Ela é quem muda os rumos
Dessa e de qualquer nação
Só alguém estabanado
Olha bem desconfiado
Pra SENHORA EDUCAÇÃO.

24
Ela rege o Universo
Faz conquistas envolventes
Muda qualquer panorama
Deixa as coisas diferentes...
Se não há educação
Não existe evolução
Seremos, sim, indigentes.

25.
Será que é muito difícil
Perceber nosso valor?
Educação é a base
Digo isso aonde eu for
Sem a nossa profissão
Não existia outra, não
Sequer de Governador.

- FIM -

Fonte: http://blogmolotov.blogspot.com/

sábado, 27 de agosto de 2011

Resumo Semanal: Educação em notícia


Mesa Redonda sobre PNE lança na Paraíba Campanha dos 10% do PIB para Educação Já!
Na terça-feira (16), no auditório da Reitoria da UFPB, realizou-se uma Mesa Redonda que debateu o novo PNE do governo Dilma. O encontro foi promovido pelo Comitê Estadual da Campanha dos 10% do PIB para Educação, recentemente criado na Paraíba por várias entidades do movimento sindical, popular e estudantil, e que lançou uma nota no [...]

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Bahia: Seminário lança campanha “10% do PIB para Educação Já” neste sábado
O seminário faz parte do calendário da Jornada Nacional de Lutas no Estado Na Bahia, a Jornada Nacional de Lutas contará com atividade de lançamento da Campanha “10% do PIB para Educação Já”. O seminário ocorrerá neste sábado, 20 de agosto, a partir das 09h, no IFBA (antigo CEFET). A atividade é convocada [...]

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Após 65 dias, profissionais da Educação e saúde suspendem greve do centenário
A Greve do Centenário (Educação e Saúde) foi suspensa, depois de 65 dias de paralisação, devido um pedido de liminar judicial ganha pela administração petista, é bom que se afirme que foram muitas ameaças, corte de ponto do salário, remanejamento do local de trabalho e até demissão de emprego privado a profissionais da saúde que [...]

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Professores de MG reivindicam direitos durante visita do governador a Patrocínio
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), visitou a cidade de Patrocínio na última sexta-feira (12). Os professores da rede estadual de Minas desta cidade bem como dos municípios visinhos de Coromandel e Monte Carmelo, em greve há mais de 64 dias, aproveitaram a ocasião e realizaram um protesto. A categoria reivindica o cumprimento [...]

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Professores da rede estadual do Rio suspendem paralisação; estado de greve é mantido
A assembleia dos professores da rede estadual do Rio de Janeiro, realizada no Clube Municipal, na sexta-feira (15), decidiu suspender a greve nas escolas estaduais. A plenária decidiu que a greve está suspensa, mas a categoria se manterá em estado de greve, com uma assembleia geral marcada para o próximo dia 27 de agosto (sábado), [...]

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Lula e Haddad são recebidos com manifesto que pede investimento de 10% do PIB na educação
Ex-presidente e ministro estiveram na 1ª Feira Literária de São Bernardo do Campo Do R7 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Fernando Haddad, receberam de estudantes nesta sexta-feira (12) um manifesto que pede investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na educação do país. Lula e o ministro visitaram [...]

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Texto formação Setorial Educação – Pronunciamento Público do Fedep sobre o Projeto de Lei 8035/10
Segue, abaixo, texto sobre o Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública do Rio de Janeiro Pronunciamento Público do Fedep Sobre o Projeto de Lei 8035/10

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Texto formação Setorial Educação – Novo PNE: uma sistematização da contra reforma do ensino superior
Está tramitando no Congresso Nacional o projeto de Lei XXX que estabelece o novo PNE. O Plano Nacional de Educação é uma previsão constitucional, cujo objetivo é estabelecer diretrizes e metas para a educação em todos os níveis num período de 10 anos. Antes de analisarmos o conteúdo do novo plano é preciso fazer um balanço do antigo: [...]

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Texto formação Setorial Educação – Anel: Transformar radicalmente a Educação Brasileira! 10% do PIB para a Educação Já!
Transformar radicalmente a Educação Brasileira! 10% do PIB para a Educação Já!

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Texto formação Setorial Educação – Que bom que os Sindicatos de Trabalhadores da Educação preocupam os sacerdotes da privataria e seus braços ideológicos
Que bom que os Sindicatos de Trabalhadores da Educação preocupam os sacerdotes da privataria e seus braços ideológicos Gaudêncio Frigotto1* 1 . Professores do Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ). 2 . Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do [...]

Fonte: CSP CONLUTAS

Após a Marcha, manifestantes sacodem a Esplanada dos Ministérios com diversos protestos

A Marcha a Brasília não foi a única atividade realizada no dia 24. Após a passeata, várias manifestações sacudiram a Esplanada dos Ministérios. Protestos, atos e audiências com órgãos do Governo marcaram o dia de Lutas.

Estudantes exigem 10% do PIB para a Educação


Após a Marcha, os estudantes organizados pela Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre!), saíram em passeata rumo ao Ministério da Educação para exigir  a aplicação dos 10% do PIB para a Educação. Os estudantes entregaram a pauta com essa e outras reivindicações relacionadas ao movimento estudantil. Cerca de 200 pessoas fizeram pressão em frente ao Ministério e uma comissão foi recebida pelo ministro.

Plenária “pelos 10% do PIB para a Educação já!”


Simultâneo com a manifestação dos estudantes, numa tenda formada próximo ao Ministério do Planejamento houve a Plenária pelos 10% do PIB para a Educação. O objetivo do encontro foi de ampliar a discussão para as diversas categorias, bem como iniciar a discussão do plebiscito, que será realizado nacionalmente, sobre a campanha. Diversas entidades participaram da reunião e aproveitaram a ocasião para apoiarem a iniciativa e fortalecerem essa importante campanha.

Frente de Resistência Urbana ocupa o Ministério do Esporte


A Frente de Resistência Urbana (Frente de Movimentos) também realizou um protesto.  Essa frente que também é integrada pelo MTST ( Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) realizou uma ocupação no Ministério do Esporte. Os manifestantes protestavam contra as remoções em decorrência da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2106.  “Não somos contra a copa nem Olimpíadas, mas somos contra a onda de despejos que deixaram e vão deixar milhares de famílias sem moradia”, disse a integrante do MTST Maria das Dores Cerqueira.

Um ato de truculência policial ocorreu durante a manifestação. Policiais usaram de extrema violência contra os manifestantes que protestavam pacificamente e só queriam uma reunião com o ministro. Jane Pereira da Silva, de 66 anos, foi agredida covardemente no rosto e no braço por um policial. O movimento irá procurar a Secretaria de Recursos Humanos para denunciar o caso.

Movimento dos Trabalhadores da Cultura também se manifesta


Os trabalhadores da Cultura não ficaram de fora dessa Jornada de Lutas. Também realizaram um ato simbólico em frente ao Ministério da Cultura. Um grupo, vestido de palhaço, tocava no local.

Privadas foram expostas em alusão ao processo de privatização ao qual a Cultura vem sendo submetida.

Para o integrante do MTC (Movimento dos Trabalhadores da Cultura), Gabriel Pitanga, a participação na Marcha foi importante. “O movimento começou há menos de um mês, estamos nos organizando e a nossa participação nesse ato é importante para unir forças, afinal, somos todos trabalhadores”, finalizou.

Todos esses atos refletiam a intensidade do que foi esse dia de Lutas.

Caso sua entidade também tenha realizado alguma manifestação em Brasília neste dia, que não repercutimos no site, utilize nosso canal colaborativo para divulgamos na página da Central.

Fonte: CSP CONLUTAS

Veja o Vídeo

domingo, 21 de agosto de 2011

Jornada Nacional de Lutas mobiliza mais de 5 mil pessoas em São José dos Campos (SP)

 
As atividades pela Jornada Nacional de Lutas mobilizaram mais de 5 mil pessoas em São José dos Campos. Metalúrgicos, petroleiros, moradores de bairros clandestinos, estudantes, trabalhadores dos Correios, professores e aposentados saíram em passeata e realizaram um grande protesto unificado.
 O dia começou com uma passeata dos trabalhadores da General Motors, que estão em Campanha Salarial e reivindicam 17,45% de reajuste. Com a mobilização, que começou às 5h30, houve atraso em cerca de uma hora na produção. Cerca de três mil trabalhadores participaram da manifestação. Na TI Automotive, os metalúrgicos pararam por duas horas.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, também participou da Grande Marcha pela Dignidade da Moradia, que saiu de todas as regiões da cidade, pela legalização imediata de 94 bairros irregulares.
 Moradores do Pinheirinho e do bairro Rio Comprido percorreram, em passeata, do acampamento até a Praça Afonso Pena. No caminho, chegaram a bloquear completamente a Rodovia Presidente Dutra, por cerca de 20 minutos, na altura do km 154, na pista sentido Rio de Janeiro.
 No Jardim Paulista, metalúrgicos, petroleiros e outras categorias saíram da Praça da Igreja São Judas Tadeu e também foram até o Centro.
 As passeatas se encontraram na Praça Afonso Pena, onde aconteceu um grande ato, que teve apoio da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Comissão de Direitos Humanos da OAB, CSP-Conlutas, além de diversos Sindicatos, movimentos populares e estudantis e representantes de associações de moradores.

Reivindicações
Após o ato, os manifestantes foram em marcha até a Prefeitura, onde ficaram até o começo da tarde. O objetivo era pressionar para que uma comissão fosse recebida por representantes da administração municipal para discutir a situação dos bairros e exigir a imediata legalização, além do fim das demolições e do confisco de materiais de construção.
 No entanto, mostrando mais uma vez o total descaso e desrespeito com a população pobre, o prefeito Eduardo Cury não recebeu os manifestantes, nem ao menos designou alguém para a tarefa, mesmo tendo sido avisado antecipadamente.
 “Isso mostra o quanto o prefeito se importa com a situação dos moradores dos bairros clandestinos. Os moradores não aguentam mais ouvir promessas, nem ver a cara do prefeito apenas em época eleitoral”, disse Adilson dos Santos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e da coordenação regional da CSP-Conlutas.
 Durante as falas, os manifestantes também repudiaram a intenção dos vereadores de São José em reajustar os próprios salários, em R$ 15 mil, e os escândalos de corrupção, em Taubaté.

Fonte: SindmetalSJC

Leia mais em:
Fonte: CSP Conlutas

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Jornada Nacional de Lutas já começou.


19/08/2011 - Ato na Pça Ramos em São Paulo

24/08/2011 - Ato em Brasília

São trabalhadores, estudantes, movimento popular e de luta contra as opressões realizando atos, passeatas, paralisações, assembleias e diversas formas de manifestações.
A Jornada Nacional de Lutas pretende ajudar a preparar os trabalhadores para resistirem aos novos ataques que o governo e os empresários estão tentando impor à classe trabalhadora, aos aposentados. Eles querem se precaver da crise que assolou a Europa e os EUA reduzindo as verbas sociais e arrancando direitos, salários e atacando a aposentadoria.
Quando o governo Dilma assumiu, de cara, já anunciou o corte no orçamento de 50 bilhões de reais retirando recursos da saúde, educação, previdência, moradia e outros. De u R$ 40 bilhões para as empreiteiras tocarem, a base da corrupção, as obras da Copa e das Olimpíadas. Agora, lança o plano “Brasil Maior” que dá incentivos fiscais às grandes empresas principalmente multinacionais através de redução do IPI, da desoneração da folha de pagamento e do incentivo às exportações para supostamente aumentar a competitividade das empresas instaladas no país. Enquanto isso, se nega a dar reajustes salariais aos trabalhadores que estão em campanha de norte a sul do país dizendo que “é preciso manter a economia estável.”
O mesmo discurso e a velha política para enfrentar crises. Não podemos aceitar!
Além disso, os escândalos de corrupção ocupam a mídia diariamente. Uma lista infindável em sete meses: ministro da Casa Civil, dos Transportes, do Turismo e, mais recentemente, o da Agricultura. Ministérios da linha de frente do governo envolvidos em corrupção. Para onde está indo o dinheiro público?
Precisamos nos levantar e ir à luta! Precisamos seguir o exemplo dos trabalhadores e estudantes do mundo inteiro que estão enfrentando suas crises com mobilizações e muita resistência. São lutas que vão desde os povos do norte da África, às ocupações das praças em toda a Europa, assim como a heróica luta dos estudantes chilenos.
Por isso, a CSP-Conlutas e entidades como o Andes-SN, ANEL, Assibge-SN, CNESF, Cobap, Condsef, CPERS, Fenasps, Intersindical, MTL, MST e MTST organizaram essa grande semana de mobilizações por todo o país de 17 a 26 de agosto, cujo ponto alto será a grande marcha a Brasília no próximo dia 24.
Precisamos nos levantar e ir à luta! Precisamos seguir o exemplo dos trabalhadores e estudantes do mundo inteiro que estão enfrentando suas crises com mobilizações e muita resistência. São lutas que vão desde os povos do norte da África, às ocupações das praças em toda a Europa, assim como a heróica luta dos estudantes chilenos.
Por isso, a CSP-Conlutas e entidades como o Andes-SN, ANEL, Assibge-SN, CNESF, Cobap, Condsef, CPERS, Fenasps, Intersindical, MTL, MST e MTST organizaram essa grande semana de mobilizações por todo o país de 17 a 26 de agosto, cujo ponto alto será a grande marcha a Brasília no próximo dia 24.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Jornada Nacional de Lutas 17 a 26 de agosto

Por todo o país temos assistido ao crescimento das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras. Às mobilizações generalizadas que atingem o setor da educação em todas as regiões do país somam-se greves do setor metalúrgico, da construção civil, na mineração, dos servidores municipais, servidores estaduais, e em mais uma longa lista de setores, que buscam melhorar seus salários e condições de trabalho. Os servidores públicos federais lutam pela valorização do serviço público e pela melhoria dos seus salários. Bombeiros e policiais de praticamente todos os estados cobram melhores salários e condições de trabalho. Os estudantes lutam por um ensino público de qualidade e direito ao transporte. No campo segue a luta pela reforma agrária. A ela soma-se a luta para impedir que madeireiras e o agronegócio destruam ainda mais o meio ambiente, comprometendo o futuro de toda a nossa nação.
É na reação violenta do latifúndio, das madeireiras e do agronegócio a esta justa e legitima luta dos trabalhadores e trabalhadoras no campo, que se encontra a explicação para mais uma escalada de assassinatos como a que assistimos neste momento no norte do país. A mesma violência é utilizada pelo latifúndio contra as comunidades quilombolas espalhadas pelas várias regiões do país. Nas cidades a população pobre segue ocupando terrenos e lutando por moradia e condições dignas de vida, sendo que neste momento também precisam enfrentar as remoções e desocupações devido às grandes obras da Copa e Olimpíadas.
As empresas aumentam o ritmo de trabalho, impõem jornadas estafantes, aumentando os acidentes e doenças do trabalho. Autoridades do governo dizem que é preciso segurar os aumentos dos salários por causa da inflação, o que soa como música nos ouvidos dos empresários. Os governos federal, dos estados e dos municípios, dizem que não há recurso para aumentar o investimento na saúde, na educação, na moradia e no transporte.
Por isso a população, particularmente nas grandes cidades, sofre com a situação caótica em que se encontra a saúde e a educação públicas; o transporte é caro e de baixa qualidade; o preço da água, da luz, do telefone, tudo sobe mais que os salários. Não há recursos para a reforma agrária e para uma política agrícola de apoio ao assentado. Não há recursos para a regularização da posse da terra e apoio às comunidades quilombolas. E voltamos a ouvir autoridades falar em cortes na previdência social, em manter o fator previdenciário ou trocar pelo fator 85/95, o que daria no mesmo.
A política econômica definida pelo governo federal acaba de levar a um corte de 50 bilhões nos gastos com políticas públicas no orçamento deste ano. Enquanto isso, esta mesma política econômica assegura uma ajuda a grandes empresas que, em benefícios e isenções fiscais, transferiram a elas, só no ano passado, 144 bilhões de reais, conforme informações do TCU (Tribunal de Contas da União). Mais de 40 bilhões é a previsão inicial de gastos com as grandes empreiteiras, para as obras da Copa e das Olimpíadas. Entre 1 de janeiro e 17 de junho deste ano, 2011, o governo federal já gastou 364 bilhões de reais com juros e amortizações das dívidas externa e interna (51% de todos os gastos do governo neste mesmo período!). É dinheiro que sai da educação, da saúde, da moradia, da reforma agrária, para aumentar os lucros dos bancos e grandes especuladores. Ou seja, não há falta de recursos.
Você já imaginou se todo esse dinheiro que é dado aos bancos e às grandes empresas fosse usado para melhorar a educação e a saúde públicas, para a reforma agrária, a moradia, para o salário dos servidores e para o próprio serviço público, enfim, para melhorar a vida do povo? O quanto poderiam melhorar os salários e as condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras.
No entanto, tanto a ganância dos patrões, como a política econômica que vem sendo praticada pelos governos federal, estaduais e municipais faz com que a riqueza produzida pelo crescimento do país fique toda com as grandes empresas e os bancos. Para o povo, somente lhe cabe o que é arrancado com luta. Por isso, as entidades e movimentos que assinam este manifesto conclamam toda a classe trabalhadora e a juventude do nosso país para que unamos as nossas lutas e os nossos esforços, para aumentar a pressão sobre os empresários e sobre os governos federal, estaduais e municipais. Essa desigualdade e essa injustiça não podem continuar.
E a forma de mudar esta situação, para priorizar os interesses do povo trabalhador, é a nossa luta. Podemos e devemos nos inspirar na luta dos povos do norte da África e dos trabalhadores e trabalhadoras da Europa. Vamos às ruas cobrar as mudanças necessárias para melhorar a vida do povo trabalhador.
Queremos fortalecer cada uma das lutas que estão em curso. E, mais que isso, queremos unir todas elas em uma grande jornada nacional de lutas entre 17 a 26 de agosto de 2011. Uma jornada marcada por greves, paralisações, passeatas, ocupações, acampamentos etc, em todos os estados e regiões do país. E com uma grande manifestação em Brasília dia 24 de agosto. Definimos também a seguinte plataforma unitária - reivindicações que levaremos ao governo, ao Congresso Nacional e ao judiciário, quando da manifestação em Brasília:
  • DEFESA DA APOSENTADORIA E DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA – FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO - Contra a adoção de idade mínima e o fator 85-95 que mantém o sacrifício dos trabalhadores e trabalhadoras / Recomposição do valor das aposentadorias / Contra a redução da contribuição patronal para o financiamento da previdência social / Contra a PEC 233 / Contra os fundos de aposentadoria complementar, pois significam a privatização da previdência.
  • AUMENTO GERAL DOS SALÁRIOS - Reposição da perda inflacionária e aumento real dos salários / Congelamento dos preços dos alimentos e tarifas públicas.
  • REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO SALARIAL.
  • CONTRA OS CORTES DO ORÇAMENTO / DEFESA DO SERVIÇO PUBLICO E DOS DIREITOS SOCIAIS DO POVO BRASILEIRO / COMBATE À CORRUPÇÃO. - Mais verba para saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária / Fim dos subsídios e isenções fiscais às grandes empresas / Confisco dos bens e prisão para todos os corruptos e corruptores.
  • SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA E INTERNA AOS GRANDES ESPECULADORES. Auditoria da dívida externa e interna / Fim do superávit primário.
  • EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE PÚBLICA. - Aplicação imediata de 10% do PIB na educação publica / Implementação imediata do piso nacional dos professores, com 1/3 da jornada em atividade extraclasse / Mais verbas para a saúde pública / Contra a reedição da “MP 520”, que abre caminho para privatizar os hospitais universitários.
  • EM DEFESA DOS (AS) SERVIDORES (AS) PÚBLICOS (AS): - Apoio às reivindicações dos (as) servidores (as) públicos (as) / Defesa do direito de negociação coletiva / Contra as restrições ao direito de greve, seja dos (as) trabalhadores (as) da iniciativa privada, seja do serviço público.
  • EM DEFESA DO DIREITO À MORADIA DIGNA / TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA / REFORMA AGRÁRIA JÁ. - Contra as remoções e os despejos, agravados com os mega eventos – Copa do Mundo e Olimpíadas / Em defesa da reforma agrária e condições dignas de trabalho no campo / Em defesa das reivindicações das comunidades quilombolas.
  • NENHUM DIREITO A MENOS / CONTRA TERCEIRIZAÇÃO E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO. - Contra a flexibilização da CLT / Contra a terceirização / Combate aos acidentes e ambientes insalubres no trabalho / Combate a todas as formas de trabalho escravo e em condições análogas à escravidão / Combate a todas as formas de assédio moral.
  • CONTRA AS PRIVATIZAÇÕES / DEFESA DO PATRIMôNIO E DOS RECURSOS NATURAIS DO BRASIL. - Contra a 9ª rodada de leilões do Petróleo / Petrobrás 100% estatal / “Todo o petróleo tem de ser nosso” / Apoio à campanha “O minério tem de ser nosso” / Contra a privatização dos aeroportos.
  • CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS. - Lutar é um direito, não é crime / Basta de assassinatos no campo / Prisão de assassinos e mandantes.
  • CONTRA O NOVO CÓDIGO FLORESTAL / EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE.
  • CONTRA TODA FORMA DE DISCRIMINAÇÃO E OPRESSÃO. - Combate a toda forma de discriminação, seja homofóbica, sexista, racial, ou aos portadores de necessidades especiais.

Dia 24 de agosto: manifestação nacional em Brasília